Uso do Pilates para ganho de Massa muscular. Na foto, professora de Pilates Darlene Pelegrino.
Acabou o tempo em que o pilates era visto como uma atividade voltada apenas para aqueles que necessitavam de reabilitação. O método passou por mudanças e ganhou novas modalidades, a exemplo do chamado pilates fitness, voltado para pessoas que buscam aulas mais dinâmicas e desejam obter ganho de massa muscular.
Mas, essa mudança é bastante discutida entre os profissionais da área. De um lado, há aqueles que entendem que o ganho de massa muscular não é o foco do método. E outros que defendem que com a atividade é possível trabalhar a hipertrofia ( aumento da área e do comprimento do músculo).
Pioneira na difusão e expansão dessa metodologia em toda a América do Sul, a bailarina Alice Becker, afirma que é possível ganhar massa muscular com o pilates, mas que a hipertrofia não é o objetivo do método. "O pilates ajuda no ganho de massa magra sim, mas é um método no qual não se privilegia a hipertrofia muscular, como a musculação, por exemplo", explica.
Segundo ela, diferentemente da musculação, o pilates não tem como filosofia a priorização de um grupo muscular. "O ganho de massa muscular obtido com o pilates é baseado no equilíbrio de todo o corpo. Não há cargas excessivas e o favorecimento de partes específicas como ocorre na musculação. Se o desejo da pessoa é ficar com uma coxa muito grossa, braço muito forte ou aumentar muito o volume de uma determinada área, o pilates não é o mais indicado", garante.
Objetivo - A fisioterapeuta e professora de pilates da Corpore Physio Max (CPX), Darlene Pellegrino, explica que o pilates é um treinamento físico que fortalece, alonga e tonifica os músculos de uma maneira segura, mas sem aumento considerável do volume.
"O pilates sofreu mudanças em seus princípios e hoje o que encontramos é uma adequação de exercícios terapêuticos que atende às necessidades de cada paciente, ou seja, pode ser usado para aumento da resistência ou trofismo muscular, dependendo de cada caso", diz.
De acordo com ela, tanto o pilates quanto a musculação são importantes e uma pode complementar a outra. "O pilates é essencialmente voltado para os músculos mais profundos do corpo responsáveis pela estabilização, flexibilidade e resistência muscular. A musculação representa um trabalho de músculos superficiais responsáveis pelos movimentos do corpo e ajuda a aprimorar capacidades físicas, como força e potência", diz.
A fisioterapeuta e doutora em plasticidade muscular Eliane Coutinho explica que o músculo é um órgão secretor hormonal capaz de estimular a produção de hormônios de crescimento como o IGF e MGF. "Quando submetido à contração submáxima, os músculos geram a ativação de células satélites musculares que por meio de processos moleculares promovem a síntese proteica, o que gera o aumento do volume muscular", explica.
Segundo ela, os exercícios desenvolvidos no pilates consideram duas características essenciais no processo de ganho de massa muscular, também chamado de trofismo.
Desenvolvimento - A primeira característica do método, diz Eliane, é a realização de padrões motores em amplitude máxima, o que sugere a estimulação mecânica na junção miotendínea - região de membranas entre o músculo e o tendão. Este estímulo transmite força para os tendões, o que gera a produção de fatores de crescimento muscular longitudinal, no comprimento.
"A segunda característica é a realização de contrações submáximas às quais devem estimular a produção do hormônio MGF promovendo a hipertrofia radial, obtendo o que denominamos de hipertrofia organizada", afirma.
Fonte: http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/materias/1464969
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